segunda-feira, 29 de julho de 2013

Ela conversava olhando pros meus olhos. Eu olhava pros seus pés descalços. Em parte porque eu queria evitar seus olhos, parte porque seus pés eram maravilhosos. Os dedos irregulares e tortos, que se contorciam ao andar. Um passo delicado e brusco. Incerto e seguro. Ela dizia que os dois anos de balé tinham sido uma total perda de tempo, eu achava que resultaram num dos mais belos paradoxos.
-Você poderia olhar pra mim? - ela perguntou rindo. 
-Tente chamar mais atenção do que seus pés.
-Não consigo. Eles são espetaculares. Certo?
-Em absoluto.- Falei encontrando seu olhar. 
 Me perderia nela dos pés a cabeça.
Academias me brocham. Um conjunto de pessoas com reduzida massa encefálica procurando aperfeiçoar sua massa muscular me desestimula a acreditar que somos seres superiores. Mulheres que empinam o bumbum como se seus glúteos fossem a atração do momento, o que não deixa de ser verdade... Homens disputam na frente do espelho quem tem o bíceps, tríceps – e tantos outros íceps – maior, a la ‘no pain, no gain’ de um jeito que os deixa mais frangos do que se fossem colegiais magricelos com nariz escorrendo... Mas não é só de academias que se faz minha repulsa. A cidade está lotada de pessoas vazias. Sou pretensiosa ao ponto de esperar que alguém sente ao meu lado no ônibus ou divida uma mesa comigo num bar ou pegue o mesmo livro que eu na biblioteca e em qualquer hipótese supracitada desfeche-a salvando-me de mim. Já não consigo mais conviver com o banal, vulgar, prosaico. Lastimo-me pelos cantos pela minha falta de interesse pelo mundo, mas creio eu que a culpa está na falta de cor... Futebol pouco ou nada me interessa, novela nunca entrou no meu rol de assunto e papo furado noite à fora – que já tanto me encantou – hoje me parece estúpido e infantil. Eu, que sempre quis saber conversar sobre cinema finlandês ou documentários sobre o marasmo dos desertos quase esquecidos do oriente médio, me assumo fora dos padrões cults tão in. Não quero mais me dedicar a ser uma moderninha tão forçada, não quero parecer um robô tão dentro dos padrões. Quero que retirem o bendito código de barras que se confunde com o meu código genético. Dedico-me somente a um livro e meus escritos vagos e – atualmente – tão sem rumo. Estou mais seletiva, quase inatingível. Não me acho mais por ai, não me agrada mais os mesmo assuntos e fica cada vez mais difícil alguém que me mantenha acordada durante um diálogo – lê-se monólogo – e tudo fica pior quando a outra pessoa insiste na minha atenção. Hoje em dia só concordo, assinto.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Se não fosse assim, não seria eu.

Tenho a mania de sabotar minha própria felicidade pelo medo de que ela seja tirada de mim no momento seguinte. Apenas por obra do bom e velho destino, que acaba com o tudo e o transforma em nada em questão de segundos. Por isso, antes de me acostumar com a história de ser feliz, já penso em dez maneiras diferentes de correr pro lado contrário. Pelo menos tenho a quem culpar estragando tudo antes que se estrague por conta própria.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

É a sua vida, o controle está em suas mão.


Você se apega com a sua consciência e vai. Algumas palavras não merecem ser ditas, algumas sentenças não precisam serem ouvidas. Então você fecha o corpo, a mente, e o coração. Fecha-se pra dentro e ouve o seu próprio silêncio. Fecha-se pra si mesmo, pra deixar que a única voz que realmente importa lhe guie em suas decisões. Ser um robô é muito fácil, basta ser programado para fazer aquilo que você crer que precisa fazer. Ser um humano é difícil, porém necessário pra se passar por essa vida. Não leve pro sentido literal aquilo que digo. Ser um humano é tomar suas próprias decisões baseado naquilo que você têm fé, sem precisar temer, sem precisar rever por opiniões divergentes, sem se deixar levar. Nem sempre as outras pessoas estarão certas a seu respeito, ou a respeito do mundo, por isso, ser um humano requer além de opinião formada, personalidade forte e imutável. Não seja mais um robô fabricado pelos velhos preceitos, pelos velhos defeitos. Seja você, diferente por natureza, apegue-se aquilo que acredita, e não desista. É a sua vida, o controle está em suas mãos.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O fim da linha




Depois que passa nem parece que foi real. De concreto só as lembranças meio embaralhadas, que a cada dia se tornam mais confusas e apagadas. Tudo muito distante e improvável. Um grande abismo surgido e a pergunta que ecoa, “pra onde foi tudo isso aí, aqui dentro de mim?". As provas aparecem por todos os lados: os textos rabiscados, os recados deixados, as músicas mandadas madrugadas à dentro. Tudo foi vivido, mas nada me lembra na pele o que eu sentia. Mas é isso. O fim da linha no amor não é quando acaba, é quando você pensa que nunca existiu.

domingo, 7 de julho de 2013

Way, heart, target

Foi eu ou o amor que se perdeu no caminho? Ou será que ele nunca apareceu de verdade?
Prefiro acreditar na segunda possibilidade. Tem que haver esperança... por mais que dolorosamente.
Tudo bem que resolvi mudar de caminho, mas era preciso. Havia decepção de mais por la, escuridão de mais pra um caminho bom. Não foi fácil, e não é fácil você ter que tomar decisões contra um tempo tão magnifico e ao mesmo tempo tão cruel.
Será que naquela bifurcação demorei de mais e o amor cansou de esperar. Tomara que não.
Não, eu não demorei a decidir. Demorei mesmo foi enxergar e acordar pra vida que eu tava me obrigando a viver. Uma vida que não parecia real, tão instável. Então como um click, ou como algo divino - como queria. Eu simplesmente mudei.
Decidi arriscar, ir la onde TODO MUNDO, mas é TODO MUNDO MESMO, acredita que é impossível que aconteça. Mas o que ninguém sabe é que já tava escrito, quase que óbvio.


Sempre soube que meu lugar é outro, e tenho esperança que o amor esteja la, me esperando na varanda de casa, com uma xícara de café ou chocolate quente, e muito amor pra me dá. Que esteja sempre disposto a me escutar e a dizer o que se passa. Que me dê belos sorrisos e melhores momentos. E que esses momentos superem sempre qualquer crise. Que eu posso fazer minhas escolhas e ele as dele, mas que isso não nos distancie, só nos una. Que a cada desencontro possamos encontrar sempre os melhores caminhos de volta.
Ta, ta. Tudo bem, sou romântica. E talvez piegas.
Mas quem não sonho com um amor assim? Não perfeito, mas tão imperfeito que se encaixa com seus próprios defeitos, e que a diferença ao invés de afastar apenas os una?
Aaah! Por favor, sejamos sinceras.
Que não sonha com um Cristian Grey (do livro: Cinquentas Tons), ou com um Augustos (do livro: A Culpa é Das Estrelas), ou com um Léo Nash, ou Luke Williams, ou Will Motgomery (dos livros da série: With Me In Seattle), ou qualquer personagem de um livro incrivelmente realista e romântico, onde você consegui se imaginar nele, por ter personagens com defeitos e tudo mais que qualquer pessoa normal.
Sou uma mulher, e como toda mulher sonho com seu amor.
Mas não sou uma mulher 'limpa', inocente e que não foi nem um pouco iludida. Assim como já brincaram com meus sentimentos, tive os meus momentos. Mas meu problema foi que eu me fadei a me relacionar com caras idiotas, mentirosos e eu que sabia que no fim somente eu seria a destroça. Eu achava que era o 'amor' que eu merecia, acredite se quiser. Mas nunca me achei tão merecida assim do amor... então já imagina o resultado né?
Só que era difícil demais eu acreditar que merecia. Meu psicológico não tava preparado pra acreditar. Como poderia? Era almejar demais.
Mas foi ai que me dei conta. Eu nasci para o impossível, mesmo com o MUNDO contra mim. Foi pra isso que eu nasci. Tenho que honrar a vida que foi me dada e finalmente conquistar minhas vitórias, as impossíveis da visão dos anti sonhadores, dos que se julgam realistas.
Nasci pra lutar, pra revolucionar a minha vida, o meu destino que insistiram em trassar como meu sem ao menos terem a noção do que realmente sou capaz.
E eu? Eu vou apenas continuar e lutar pelo caminho que escolhe e que sei que é o melhor pra mim. 
Vou chegar la, ou além.