segunda-feira, 29 de julho de 2013

Academias me brocham. Um conjunto de pessoas com reduzida massa encefálica procurando aperfeiçoar sua massa muscular me desestimula a acreditar que somos seres superiores. Mulheres que empinam o bumbum como se seus glúteos fossem a atração do momento, o que não deixa de ser verdade... Homens disputam na frente do espelho quem tem o bíceps, tríceps – e tantos outros íceps – maior, a la ‘no pain, no gain’ de um jeito que os deixa mais frangos do que se fossem colegiais magricelos com nariz escorrendo... Mas não é só de academias que se faz minha repulsa. A cidade está lotada de pessoas vazias. Sou pretensiosa ao ponto de esperar que alguém sente ao meu lado no ônibus ou divida uma mesa comigo num bar ou pegue o mesmo livro que eu na biblioteca e em qualquer hipótese supracitada desfeche-a salvando-me de mim. Já não consigo mais conviver com o banal, vulgar, prosaico. Lastimo-me pelos cantos pela minha falta de interesse pelo mundo, mas creio eu que a culpa está na falta de cor... Futebol pouco ou nada me interessa, novela nunca entrou no meu rol de assunto e papo furado noite à fora – que já tanto me encantou – hoje me parece estúpido e infantil. Eu, que sempre quis saber conversar sobre cinema finlandês ou documentários sobre o marasmo dos desertos quase esquecidos do oriente médio, me assumo fora dos padrões cults tão in. Não quero mais me dedicar a ser uma moderninha tão forçada, não quero parecer um robô tão dentro dos padrões. Quero que retirem o bendito código de barras que se confunde com o meu código genético. Dedico-me somente a um livro e meus escritos vagos e – atualmente – tão sem rumo. Estou mais seletiva, quase inatingível. Não me acho mais por ai, não me agrada mais os mesmo assuntos e fica cada vez mais difícil alguém que me mantenha acordada durante um diálogo – lê-se monólogo – e tudo fica pior quando a outra pessoa insiste na minha atenção. Hoje em dia só concordo, assinto.

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